domingo, 9 de dezembro de 2012

Nove meses

Por nove meses aprendi a ser duas, sendo essa uma que eu nunca tinha sido. Lembro de todo o medo que me assombrava, antes de tudo acontecer, com a simples ideia de, algum dia, ser dividida, multiplicada ou seja lá o que fosse. Um segredo que com certeza nunca foi nem será secreto: mamãe sempre teve pânico de crianças! Pra falar a verdade, cá estou eu, com um bebê remexendo na minha barriga, prestes a sair, e ainda com pavor de "quebrar" um ser humano frágil. Mas calma, calma! Eu não tenho medo de você, eu tenho medo de quebrar você, de entortar você, de estragar você... E eu sei que isso passa!

Nove meses e uma história toda pela frente. Tento me sentir pronta pra sua chegada, mas isso parece impossível... Tudo que tem a ver com você está recheado de surpresas e descobertas! Os primeiros chutes vieram com risadas, as lágrimas com aprendizados e cada mudança, no meu corpo e no seu, com sustos. Pessoas têm essa mania de dizer que você precisa que saber isso ou aquilo, mas olha, te dizer que tudo que você  for aprendendo ao longo de sua vida vai te preparando aos poucos pros próximos passos, então não se sinta pressionada, afinal, simplesmente não adianta!

Nove fucking meses, cara! É assustador olhar no espelho e ver a clara diferença de quem eu era e quem eu sou. Sabe esse clichê de que ser mãe muda tudo? Poisé, é verdade! Não que eu ache que todas as mulheres devem passar por isso. Não MESMO! Hoje tenho a certeza de que, se eu não tivesse todos os privilégios que me rodeiam, essa experiência poderia ser a pior coisa a me acontecer. Mas não foi o caso. Não foi nada nem perto disso. Foi bizarramente transformador. Foi transformadoramente bom. E foi... simples assim.

E então, com nove meses nessa espera, acordo te procurando, esquecendo por alguns segundos que você ainda não saiu de mim. É estranha essa sensação de que você ainda não veio ao mundo... Não faz sentido! Meu sono (a falta dele) me diz que você já precisa de mim, meus sonhos vêm com seu rosto estampado... Mas aí que você não está! É ansiedade demais nessa vida! Vamos combinar, eu sei que meu útero deve ser muito demais, mas, poxa, sai!
Andam dizendo que sentirei muita saudade de você na minha pança. Não duvido nem um pouco. Mas a ideia de morder sua bochecha ainda me parece mais apetitosa do que te ter aqui dentro nesse momento. Então vem, monstrenga, VEM!

Nove meses. Muito amor. E agora, Dona Maricotas, o que será?

2 comentários:

  1. Adorei seus textos, super verdadeiros. Esse amor intenso e imensurável que sentimos por nossas crias é a coisa mais louca do mundo. E delicioso!
    Boa hora, querida. E coloque fotos da Dona Maricota do Facebook que eu quero ver a carinha fofa dela!
    Bjos.

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  2. E ela veio! Plim! Bem-vinda, Amanda <3 beijo da tia Nina.

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